21 Agosto, 2017
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1 Junho, 2007 Ricardo Vargas

Todos os problemas foram soluções

In Executive Digest

Os problemas fazem parte do nosso quotidiano. E tendemos a pensá-los como algo negativo, coisa a evitar, mal desnecessário. Contratempos que evitam que os nossos planos possam ser perfeitos e as suas implementações exemplares.

 

 

 

Fáceis ou difíceis, previsíveis ou não, importantes ou menores, há problemas de todos os tipos na vida de qualquer pessoa. A única maneira de não ter problemas é nada realizar, nada querer melhorar ou modificar, por nada nos esforçarmos. Como esse estado de aceitação infinita não é compatível com a vida em sociedade, ter problemas é inerente a qualquer realização.

 

A verdade é que os problemas são os nossos melhores amigos. Ajudam-nos a ser melhores, a desenvolver-nos. Não nos deixam estagnar. Testam os nossos limites. Obrigam-nos a superá-los. Põem a nu o que de melhor e de pior temos. Modificam as nossas crenças e a nossa maneira de pensar. Transformam-nos.

 

São os problemas que justificam o nosso salário. É pela capacidade de resolver problemas que se distingue a qualidade dos profissionais. Os medíocres só conseguem trabalhar quando não há problemas. Os razoáveis resolvem os problemas conhecidos, aplicando as soluções do costume.

 

Os bons resolvem os problemas difíceis que quase mais ninguém consegue. Os excelentes inventam problemas para resolver antes que aconteçam.

 

Diz-me que problemas resolves e dir-te-ei quão bom profissional és. Nenhuma competência é sólida se não resistir ao embate dos problemas difíceis.

 

O trabalho é uma fonte de problemas. Desenvolver uma actividade, qualquer que seja, implica resolver problemas. Sejam dos clientes, dos projectos, dos accionistas, do chefe, dos colegas, do estado, dos fornecedores, da empresa, levamos o dia a resolver problemas. Mesmo que a maioria deles seja provocada por outras pessoas, é na nossa secretária que acabam.

 

Os problemas têm uma etiologia interessante. Todos já foram soluções um dia. Ou, pelo menos, delas derivam directamente.

 

A burocracia estatal que paralisa as empresas e lhes faz perder produtividade, em tempos foi uma forma de organização considerada útil para atingir objectivos.

 

A baixa qualificação da mão-de-obra, que estrangula a nossa economia, persiste até aos dias de hoje porque foi até há bem pouco tempo uma solução para a competitividade nacional.

 

O efeito de estufa provocado pelo excesso de dióxido de carbono na atmosfera é uma consequência directa dos gases de combustão que provêm da solução de muitas necessidades da nossa vida.

 

A perda de emprego provocada pela deslocalização de fábricas para países de produção barata é uma consequência da nossa vontade realizada, enquanto consumidores, de ter produtos cada vez mais baratos sem perda de qualidade.

 

A relação entre solução e problema é complexa e depende das circunstâncias. Aquilo que, num dado momento, é uma solução, no momento seguinte pode ser um problema maior do que o anterior que ela pretendia solucionar. E vice-versa.

 

Os problemas presentes são as soluções passadas que deixaram de funcionar ou que provocaram efeitos colaterais negativos. Entendê-lo é a base para conseguir soluções melhores para os problemas que nos afligem.

 

No momento de operacionalizar uma solução, para a levar à prática, é importante definir que critérios nos dirão que ela passou de prazo. Só assim poderemos prevenir surpresas desagradáveis, antecipar-nos à concorrência, permanecer competitivos ou simples-mente manter o emprego.

 

Se você tem um problema hoje é porque a sua solução de ontem já caducou. Mexa-se e invente outra. Mas não se esqueça de lhe pôr um prazo de validade.

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