25 Junho, 2020
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25 Junho, 2020 Consulting House

Motas, Coaching e Gestão de Tempo…

 

Está habilitado a conduzir mota? Mesmo que não, aposto que conseguirá responder à seguinte pergunta: para onde deve olhar o motociclista para fazer uma curva? Adivinho a sua resposta: para o sítio onde quer ir. E porquê? Focando-se no sítio para onde quer ir, todo o corpo e motociclo se orientam nessa direcção.

 

 

 

 

Este é exactamente o poder dos objectivos: foco no “onde” queremos chegar e mobilização do corpo, mente e energia para alcançá-lo. O que tem evidentes implicações na gestão de tempo (menor desperdício) e na percepção subjectiva de bem-estar ou felicidade (há um sentido para o que fazemos).

Mas será que todos os objectivos são igualmente eficazes? Vejamos. Que tipo de objectivos tende a estabelecer para si? Formula mais objectivos do tipo “Ser bem-sucedido e reconhecido dentro da empresa” ou “Ascender a Director do Departamento”? Mais do género “Ser um líder eficaz” ou “Aumentar a minha capacidade de dar feedback específico e de melhoria à minha equipa?”. “Ser feliz” ou “Correr 1 hora, duas vezes por semana”?

O que a investigação em Psicologia demonstra é que objectivos como “Ser bem-sucedido”, “Ser um bom líder” ou “Ser feliz”, por serem demasiado ambíguos, gerais e abstractos, são mais difíceis de visualizar. Nessa medida, a expectativa de os realizar é – inconscientemente – também mais diminuta, o que, por sua vez, reduz a motivação para os atingir. Como também não têm indicadores de medida associados, a monitorização não é simplesmente possível. Já “Ascender a Director do Departamento”, “Dar feedback específico e de melhoria à equipa” ou “Correr 1 hora, duas vezes por semana” encerram em si métricas passíveis de observar.

Atingir objectivos gera gratificação. Será que é apenas o seu atingimento que gera satisfação? Ou o processo também releva? Sem dúvida! O processo de nos empenharmos nas metas, por dar um significado ao presente, gera a respectiva fruição. Responde à pergunta “para que faço isto?”. As metas também são meios, não apenas fins.

A falta de foco – motivada por ausência de objectivos ou por mind wandering (divagação mental) – é um dos “TOP 6” subjacentes ao desperdício de tempo e à baixa produtividade. De acordo com um estudo do ICM Research (2008), que incluiu 5508 trabalhadores em 18 países europeus (Portugal incluído), 31% das horas diárias de trabalho são desperdiçadas e a falta de foco é um dos “suspeitos do costume”.

Não é, pois, indiferente ter ou não ter objectivos. E o coaching é uma ferramenta ao serviço da definição de bons objectivos profissionais, individuais e de equipa. É a combinação da arte de fazer perguntas para definir objectivos com a arte de apoiar a definição e implementação de planos de acção em ordem a alcançá-los.

Defendemos que a reflexão que conduz ao insight é condição importante mas não suficiente para haver coaching. Reflexão e acção são as duas faces da moeda. Reflexão sem acção é uma perda de tempo, acção sem reflexão é um perigo.

 

Artigo orginalmente publicado a 07 de Outubro de 2015.

 

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