In Pessoal
Há dez anos muitas pessoas diriam que hoje toda a formação seria baseada em plataformas electrónicas (e-learning ou blended learning). Por não ter acontecido, é interessante analisar as razões que sustentam o crescimento da formação à distância e as que mantêm viva a formação presencial.
Há muitas vantagens no e-learning. Possibilita analisar necessidades de aprendizagem individuais, desenvolver conteúdos para supri-las, avaliar e reconhecer a progressão dos formandos e estimulá-los com tarefas, just-in-time. A utilização do computador de trabalho para aprender pode aumentar a intenção de implementar o aprendido. Ao mesmo tempo que aumenta a literacia digital dos mais velhos, igualizando gerações.
Apesar disso, a investigação mostra que as competências relacionais continuam a ser melhor assimiladas em formação presencial, e que a eficácia do e-learning depende da interactividade em rede, i.e. de actividades síncronas de colaboração e competição que criem a presença social através de meios virtuais. Tudo o que depende da capacidade relacional (liderança, vendas, gestão de conflitos, comunicação, etc.) é melhor aprendido em formação presencial. E mesmo noutros temas a integração de novas competências é maior se feita de forma socialmente interactiva.
É crítico integrar os benefícios do presencial com o e-learning, do síncrono com o assíncrono, do social com o individual, da colaboração com a competição. Isto nem sempre é conseguido no desenvolvimento de aprendizagem à distância. A maioria das empresas ainda não entendeu que a palavra distância se refere a distância física e não social. E isso não é tão fácil de realizar como pôr uma pessoa a fazer lições em frente ao computador para ter cursos mais baratos.