28 Setembro, 2007
Posted in Imprensa
11 Maio, 2020 Consulting House

Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão

 

Ultimamente são cada vez mais frequentes os encontros com amigos em que alguém solta a frase “…nem queiras saber…está um clima horrível lá na empresa. Começaram a cortar nos benefícios, somos cada vez menos, os objectivos são cada vez mais apertados e estão a exigir cada vez mais de nós. E depois sabes como é, já a minha avó costumava dizer, casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.”

 

 

 

 

Quando falamos do clima ou ambiente que se vive numa empresa, estamos a falar de clima organizacional. O clima organizacional são as percepções que cada um de nós, enquanto colaborador, tem acerca do seu ambiente de trabalho, ambiente esse que acaba por ter uma enorme influência no nosso comportamento.

 

Na verdade, somos influenciados pelo clima organizacional mas também acabamos por o influenciar. Uma organização é um sistema complexo e, num sistema complexo o comportamento de um faz, inevitavelmente acontecer o comportamento do outro. Se os colaboradores gostam de trabalhar na empresa, se se identificam com os valores e as normas vigentes, isto é, se percepcionam o seu ambiente de trabalho como um “bom ambiente”, os seus comportamentos reflectem-se na forma como se relacionam com os clientes, com os colegas e com as chefias.

 

De acordo com o Great Place to Work Institute ― que desenvolve pesquisas de clima organizacional em empresas em várias partes do mundo – um excelente ambiente para trabalhar é aquele em que confiamos nas pessoas com as quais trabalhamos, temos orgulho de fazer o que fazemos e gostamos das pessoas com as quais trabalhamos.

 

Mas, também num sistema complexo todos os envolvidos são parte do problema. E, quando o ambiente que se vive numa organização é um ambiente tóxico, onde o nível de conflito é elevado, onde a comunicação não flui, quer pela ausência de uma estratégia de comunicação interna quer pela prática continuada das chefias de omissão de informação (intra ou inter equipas), isto tem um impacto significativo na produtividade.

 

Nas empresas onde o mau ambiente está instalado, proliferam as conversas de corredor e o “diz-que-disse”, os relacionamentos deterioram-se e as pessoas desgastam-se, por um lado a “ressacar” das situações que as incomodam e, por outro a persistir em comportamentos que influenciam negativamente o clima organizacional. Quando nada é feito para inverter esta situação, assistimos à saída dos bons elementos, que facilmente conseguem encontrar uma nova posição levando consigo o know-how adquirido durante o tempo em que trabalharam na empresa. Quem fica agarra-se a atitudes negativistas face ao futuro da empresa, torna-se descrente de toda e qualquer acção empreendida pelas suas chefias e vive permanentemente momentos de ansiedade e de stress.

 

Nas empresas onde o clima social é saudável, a produtividade é normalmente mais elevada do que nas empresas onde isso não acontece. As pessoas sentem-se motivadas para trabalhar, a taxa de absentismo e o turnover diminuem, o número de conflitos entre pessoas e entre equipas é moderado e conduz ao aumento da inovação dentro da empresa. A preocupação com a comunicação interna é uma constante dentro destas organizações, bem como a preocupação com o tipo de liderança exercido e o alinhamento das chefias nas melhores práticas de liderança.

 

Os colaboradores vêem o bom ambiente de trabalho como um “presente” da empresa e respondem com outro “presente”, aumentando a sua produtividade e empenho na realização das tarefas, mesmo que isso não se reflicta directamente num aumento salarial. Um bom clima aumenta ainda o sentimento de pertença e o orgulho de trabalhar na empresa.

 

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