In RH Magazine
Não deixa de ser irónico. A humanidade passou 300.000 anos a aprender a pensar, os últimos 2.000 anos a melhorar processos de pensamento através da filosofia, matemática e método científico; e agora dizem-nos que é preciso evitar pensar e concentrar-nos no que temos em mãos. Pior ainda, que domestiquemos uma coisa que anda à solta há alguns milhões de anos: as nossas emoções.
A meditação e o mindfulness entraram nas empresas. Os resultados estão clinicamente comprovados, e já há ressonâncias magnéticas à saciedade. Então porque é que não são práticas mais disseminadas?
Por três factores. Em primeiro lugar, a origem religiosa das práticas e conceitos ainda afugenta as pessoas menos informadas. Embora desde sempre se tenham usado metodologias de meditação para melhorar o desempenho nas artes marciais ou na guerra. E não consta que estas sejam práticas litúrgicas.
A maioria das pessoas não está preparada para uma viagem de mindfulness, nem lhe apetece entrar por si próprio adentro. Sobretudo com colegas de trabalho ao lado.
O segundo factor é a preparação. A maioria das pessoas não está preparada para uma viagem de mindfulness, nem lhe apetece entrar por si próprio adentro. Sobretudo com colegas de trabalho ao lado.
Finalmente, a transferência de aprendizagem. Ao treinar num local ritualizado, numa posição especial, com um mestre extraordinário, gera-se uma sensação de sobrenaturalidade que não ajuda à inserção da prática no local de trabalho onde nenhuma dessas características existe.
Acresce que que ainda não há suficientes estudos que demonstrem que a prática de mindfulness tem um impacto significativo na performance das empresas. A maior parte dos estudos são laboratoriais, com recurso a questionários de auto-avaliação ou tarefas hipotéticas. Sim, há vários benefícios ao nível individual. Mas não está provada a ligação com os resultados da empresa em estudos peer reviewed. Numa revisão profunda da literatura publicada em 2016 no Journal of Management, Darren J. Good e colaboradores chegaram à conclusão que ainda falta fazer essa ponte.
Por isso preferimos formar pessoas no conceito de Focus to Excellence. Que responde a três questões fundamentais: Como posso aumentar o meu desempenho através de prática intencional? Como posso controlar as minhas fontes internas de distracção? Como posso aumentar a minha atenção plena? Com recurso a técnicas eficazes, provenientes da Psicologia, conseguimos melhorar a capacidade de foco dos formandos na função e maximizar a qualidade e eficiência do seu desempenho. Ao evitar as três objecções anteriormente descritas, este programa tem impacto imediato na função dos participantes. Além de poder ser um bom primeiro passo na direcção do mindfulness.
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