3 Agosto, 2010
Posted in Imprensa
10 Julho, 2018 Consulting House

Entrevista com José Namén – Head of Recipe Business na Thermomix International

No âmbito do evento “Wave Experience – From Leadership to Transformation”, pedimos a José Namén, Head of Recipe Business na Thermomix International, para partilhar connosco a sua experiência na transformação da empresa, com o programa “Recipe Academy”.

Consulting House (CH): Que projecto foi implementado na Thermomix International?

José Namén (JN): Mais do que apenas uma necessidade, comer pode um prazer. A Bimby entendeu isto. Entendeu também que este prazer não está apenas relacionado com o acto de comer em si, mas também com a experiência – a experiência culinária. A Vorwerk criou uma máquina que se destaca no mercado em termos de qualidade e funcionalidades, com um grande universo de receitas associadas.

Na Bimby, os nossos clientes exigem constantemente receitas de alta qualidade. Como consequência, o desenvolvimento das receitas torna-se tão crucial quanto o desenvolvimento da máquina. Para entregar estas receitas, precisávamos de criar receitas de uma forma profissional, padronizar o processo de desenvolvimento das receitas e desenvolver um processo de formação para esta nova profissão – os “Recipe Developers”.

As receitas têm de ser escritas com requisitos muito específicos, para serem compatíveis com a máquina. Não só têm que ser seguras de cozinhar, como também devem ser saborosas e qualquer pessoa deve ser capaz de reproduzir o que é prometido. Isto significa: o que vemos (na foto da receita) é o que obtemos (no prato). O processo de desenvolvimento das receitas requer habilidades e competências específicas, que não estão disponíveis no mercado de trabalho. Tínhamos muitos desafios pela frente para contornar este “problema” e criámos a Recipe Academy – uma academia de formação com 80% de participação on-line e 20% de formação presencial – para formar os Recipe Developers – tanto recém-chegados como já experientes.

CH: Fale-nos mais sobre o projecto. Quais as razões por detrás?

JN: Destaco três razões principais que desencadearam este tipo de projecto. Por um lado, a nossa equipa de Recipe Developers, era muito diversificada. Algumas pessoas tinham estudos muito diferentes, que não desenvolvimento de receitas. Temos alguns chefs ou nutricionistas, mas estes são apenas um fragmento do grupo real de Recipe Developers. Uma receita pode ter sido desenvolvida, por exemplo, por um advogado ou engenheiro. Outro motivo foi a escassez de educação e formação na indústria. Anteriormente, os novos Recipe Developers eram formados apenas “on-the-job”. O conhecimento sobre o desenvolvimento de receitas para a Thermomix não era partilhável e estava ligado principalmente ao conhecimento e à experiência pessoal. Sim, existem criadores de receita na indústria, isto não era único, mas não existiam com as especificidades exigidas pela nossa empresa. Por fim, a terceira razão foi a necessidade de um processo padronizado de alta qualidade que permitisse a replicação em qualquer parte do mundo, de forma forma eficaz e eficiente. Por exemplo, uma receita desenvolvida na China tem de funcionar igualmente num aparelho em Portugal – e isso requer conhecimentos técnicos especiais.

Deparámo-nos com a questão “como podemos ultrapassar estes problemas?”. E, com o apoio de alguns especialistas, incluindo a Consulting House, aproveitámos sua experiência na construção de academias e treinamento. Como resultado, no final de 2017, a versão piloto da Academia de Receitas foi lançada globalmente. Esta academia fornece módulos de formação padronizados sobre todos os componentes importantes no desenvolvimento de uma receita. A plataforma online é complementada com “campus weeks” onde os participantes se encontraram pessoalmente para partilhar experiências e aplicar conhecimentos.

CH: Quais os principais desafios sentidos ao longo do processo?

JN: Por um lado, não tínhamos toda a informação à partida – isso foi realmente um desafio. O desafio era maior e mais complexo do que tínhamos imaginado.

Com a moderação e facilitação da Consulting House, trabalhámos as competências e módulos que queríamos abordar na academia. Eles não eram especialistas técnicos no nosso processo de desenvolvimento de receitas. Nem o conheciam, inicialmente. Mas, eu diria que agora são mais especialistas do que nós somos.

O objectivo era tornar o conhecimento do desenvolvimento de receitas muito explícito e traduzi-lo numa estrutura de aprendizagem, para formar um número ilimitado de pessoas, independentemente da localização geográfica.

Colocámos todas as cartas na mesa e considerámos a Consulting House como mais um elemento da equipa. Fomos transparentes e discutimos abertamente os desafios, os obstáculos, os recursos e as expectativas. Envolvê-los como parte do problema, e da solução, funcionou muito bem.

CH: O que destaca na implementação deste projecto?

JN: Penso que, com a ajuda de nossos parceiros, o processo de formação se tornou mais estruturado, organizado e completo. Com o caminho que percorremos, pudemos identificar as áreas-chave – após agrupar, categorizar e organizar todas as informações que tínhamos – para criar uma forma padronizada e estruturada de formar. Isto levou a uma preparação mais impactante dos nossos “Recipe Developers” em todo o mundo, em menos de metade do tempo exigido pelo processo anterior de formação ad hoc.

Após a conclusão e avaliação do piloto, prevista para breve, a versão final será lançada e uma nova profissão será aberta a todo o mundo – Recipe Developer. Para mim, a principal diferença da nossa academia foi formar para e criar uma função que ainda não existia na indústria. Acredito que, no futuro, este tipo de soluções (academias) seja necessário, especialmente para funções que não estão na indústria, mas que são importantes para as empresas.

Outras Sugestões

,
Free content - Skills for the Future of Life