6 Junho, 2019 Ricardo Vargas

Elevado desempenho no topo, é possível?

In Human Resources Portugal

O projecto Aristóteles do Google celebrizou o termo quando descobriu que a coisa mais importante para uma equipa de elevado desempenho é a segurança psicológica. Para nós, psicólogos organizacionais, que trabalhamos com ela há duas décadas, foi uma ajudinha.

 

 

 

A segurança psicológica é uma medida de quanto os membros de um grupo se sentem à vontade para (se) exporem perante os outros. É seguro pensar e falar diferente? É seguro correr riscos? Quão fora da caixa podem ser as minhas ideias antes de serem ridicularizadas? Se eu falhar, a equipa dá-me cobertura? A confiança é o lado b deste conceito. Tendemos a confiar nos outros na proporção directa da segurança psicológica que existe na equipa.

O projecto Aristóteles, como a maioria das investigações, deixa de fora as equipas de gestão. Uma equipa de gestão gere uma empresa, uma business unit, um projecto de inovação, uma start-up, com um nível de autonomia que lhe permite determinar o futuro da coisa gerida. Tem características diferentes de uma equipa funcional. O que se aplica a umas não funciona com as outras. Muitas vezes são equipas virtuais multinacionais.

Os comportamentos numa equipa de gestão são determinados por muitas variáveis, mas há quatro que podem minar a segurança psicológica da equipa: objectivos, processos, agenda oculta e report matricial. Muitas vezes as funções de topo têm objectivos desalinhados ou até conflitantes; todos competem pelo lugar do(a) chefe; ele(a) não tem autoridade formal sobre todos e não há processos comuns. Como maximizar a eficácia de uma equipa assim?

Criando oportunidades de lidar com temas estruturantes e críticos para a empresa, na presença de alguém que garanta a segurança psicológica. Ou seja, a equipa deve confiar num treinador externo para poder internalizar o processo de confiança mútua.

Por vezes o trabalho é árduo, mas os resultados compensam. Como diz Ramona Wehlig (Vice President Customer Experience & Engagement da Vorwerk International): “Estamos extremamente satisfeitos com o resultado. Foi uma reunião dura, mas excelente em termos de resultados, abraçando o caminho da mudança. Obrigada por nos tornar capazes.”

Esta capacitação exige que o treinador de equipas de topo tenha experiência de gestão e empreendedorismo, competências de coaching, consultoria e formação, conhecimento científico sólido na área da psicologia organizacional, experiência internacional, conhecimento da problemática destas equipas, metodologias eficazes e muita flexibilidade.

Vale a pena. A investigação demonstra que a eficácia da equipa de gestão impacta não só a liderança como os resultados financeiros da empresa. Nas palavras de Kai Schaeffner (President, Thermomix North America) “Continuo a trazer o Ricardo para trabalhar com as minhas equipas há mais de 10 anos porque ele é um dos melhores facilitadores. Ele não nos diz o que fazer. Ele mostra-nos a ‘bela’ e o ‘monstro’ da equipa, e ajuda-nos a lidar com ambos. A bela é a Visão, o monstro é o caminho para lá chegar.”

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