In Human
De um ponto de vista puramente racional não deveria haver diferença entre aprender uma soft skill e uma hard skill. A gestão de conflitos tem um conjunto de operações mentais e comportamentais tão definíveis como a programação HTML, por exemplo. No entanto, como qualquer formador experiente sabe, o processo de aprendizagem das soft é o mais hard. Por três ordens de razão.
Aceitamos mais facilmente a autoridade de um especialista em Mandarim ou em HTML do que a autoridade de um especialista em comunicação ou liderança. Afinal, todos nós estamos a comunicar todos os dias desde que nascemos e muitos de nós gerem pessoas como forma de vida. O que pode o especialista acrescentar? Todos somos psicólogos do quotidiano, todos temos teorias sobre pessoas e como elas funcionam.
Em segundo lugar, as nossas soft skills têm resultado para nós. Mesmo que sejam medíocres, não temos a percepção do hiato entre o péssimo que fazemos e o melhor do mundo. Como a maioria das pessoas que nos rodeia está também abaixo da proficiência média, dado que não receberam formação específica, não concebemos onde poderíamos estar se fôssemos muito melhores.
Em terceiro lugar, tendemos a identificar-nos com as soft skills como não fazemos com as hard. Dizemos: não sei o suficiente sobre programação HTML, mas tendemos a dizer sou um bom comunicador. Porque as soft skills são sobretudo relacionais tendemos a ser as nossas soft skills e a saber as hard skills. O que dificulta o processo de assumir que o que estamos a fazer não é aceitável.
Para sermos eficazes no desenvolvimento de soft skills temos de trabalhar as três áreas em que elas impactam: autoridade, eficácia e identidade. Para isso desenvolvemos na Consulting House um conjunto de metodologias e técnicas que desbloqueia a resistência nessas áreas e facilita uma aprendizagem rápida e eficaz. Razão pela qual dizemos que “transformamos pessoas para que elas transformem o negócio”.
Artigo originalmente publicado a 9 de Setembro de 2016