4 Outubro, 2018
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25 Agosto, 2020 Consulting House

Fazer o que se gosta ou gostar do que se faz?

 

O que é preferível: “Fazer o que se gosta” ou “Gostar do que se faz”?

Há muitas pessoas convictas de que o importante é “fazer o que se gosta”, já que de outra maneira não é possível ser-se feliz.

Para elas, “fazer o que se gosta” significa exercer aquela profissão ou função com que se sonhou desde criança e para a qual se estudou. Este “modelo mental” tem subjacente os seguintes pressupostos:

1. “Só há uma área na qual poderei sentir-me realizado”;

2. “Esta área para mim tem apenas aspectos positivos e, por isso, vou apreciar tudo o que se relacione com a mesma”;

3. “A minha vida profissional será desprovida de problemas, cansaço, stresse e emoções negativas se eu trabalhar nessa área”;

4. “Estando impedido de trabalhar no “meu” domínio, dificilmente há outra actividade profissional que me proporcione satisfação equivalente”.

Não raras vezes, por contingências do mercado de ofertas de emprego, não há oportunidades no ramo com que se idealizou (podemos ter muito talento para determinadas coisas e não haver mercado para elas…) e há que procurar uma alternativa. Estas pessoas vivem, por norma, angustiadas, tristes, frustradas, desanimadas ou desmotivadas com o que fazem profissionalmente.

 

 

Sem se darem conta, estas pessoas estão no paradigma reactivo. Estão a permitir-se ficar reféns das circunstâncias de vida (projecto profissional não consumado) e a deixar que essas circunstâncias determinem a forma como se sentem e que hipotequem o seu presente e futuro.

O que estas pessoas ignoram é que, não só existem muitas áreas onde cada um de nós tem potencial para ser bem-sucedido, como podemos aprender a gostar de uma função que nunca imaginámos vir a exercer mas que, dentro das possibilidades actuais existentes no mercado, aceitámos exercer.

As pessoas que “gostam do que fazem” – e, nesse sentido, com uma atitude proactiva – aprendem a apreciar o seu trabalho, independentemente de outras aptidões que tenham e de outra profissão que pudessem ter exercido. Treinam para serem o mais competentes possível, constroem um sentido positivo (propósito) para o que fazem, aprendem a gostar genuinamente da função, retiram satisfação da mesma e, como consequência, sentem-se auto motivadas. O mind set destas pessoas tem subjacente os pressupostos de que:

1. “Há múltiplas áreas nas quais poderei sentir-me auto-realizado”;

2. “Todas as actividades profissionais têm aspectos gratificantes e aspectos desagradáveis, pelo que nunca se gosta de tudo mesmo quando estamos na área que escolhemos”;

3. “Teria sempre problemas, momentos de cansaço, stresse e de emoções negativas, qualquer que fosse a área em que trabalhasse”;

4. “Posso desenvolver-me nesta actividade profissional e obter enorme gratificação apesar de nunca ter equacionado antes trabalhar neste domínio”;

5. “É minha responsabilidade treinar as minhas competências, aprender a gostar desta função dando-lhe um propósito e auto motivar-me”.

Quando se “faz o que se gosta”, está-se a reagir a um interesse intrínseco (e, nesse sentido, a ser reactivo). Quando se “gosta do que se faz”, é-se proactivo na construção desse gostar. A proactividade, neste sentido, está a ser exercida através da escolha/gestão das emoções. Não somos escravos das nossas emoções, podemos influenciá-las com as nossas escolhas e, portanto, pô-las a trabalhar para nós e não contra nós.

 

 

Artigo originalmente publicado a 29 de Novembro de 2018

 

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