Ultimamente muito se tem falado, conversado e reflectido sobre a entrada no mercado de trabalho da geração Y. Mas afinal quem são estes jovens da geração Y, também conhecida por geração milénio ou geração da internet? Sendo um tema estudado em Sociologia, deparamo-nos com o facto de os autores não estarem totalmente de acordo quanto ao intervalo cronológico que delimita esta geração. Enquanto Lombardia (2008) refere que são as pessoas nascidas entre 1980 e 2000, Engelmann (2009) estabelece este intervalo entre 1978 e 1994. Vamos fixar-nos nesta última banda cronológica o que nos leva à faixa etária entre os 18 e os 35 anos.
Mas quem são estes novos profissionais? São os filhos e os alunos da geração Baby Boom (pós guerra) e da geração X (1943-1963). Criados numa época de estabilidade económica e social, foram educados no seio das inovações tecnológicas, do acesso fácil à internet e do desabrochar das redes sociais. Enquanto filhos de mães e pais trabalhadores, foram maioritariamente educados em creches ou pelos avós. Foram crianças habituadas a muitos estímulos proporcionados pelos pais: sessões de música clássica para bebés, aulas de dança, de música, de teatro, de inglês, de informática, de equitação, de golfe, de natação, etc. Tornaram-se adultos habituados à diversidade, à multiculturalidade e à criatividade, que em muito contribuíram para aumentar o seu nível de exigência mas que também contribuíram para uma quase permanente ansiedade e insatisfação com o que os rodeia.
Cresceram com o buraco do ozono, com a escassez de água e com a extinção de muitas espécies animais, pelo que se tornaram particularmente sensíveis a temas relacionados com a poluição, vida saudável e reciclagem de lixo inorgânico, bem como com a defesa dos direitos humanos.
São pessoas habituadas a tratar os pais e os avós por tu, a exprimir a sua opinião sempre que sentem vontade e a serem sempre escutados atentamente pelos adultos. São profissionais que não se intimidam pela posição hierárquica mas que valorizam as reais competências da sua chefia. Apreciam o reconhecimento do seu trabalho, querem sentir-se parte do negócio e da organização mas revelam alguma dificuldade em receber feedback negativo e em lidar com a frustração.
A geração Y é motivada por desafios constantes e por variedade. São pessoas ambiciosas que querem ascender rapidamente na empresa onde trabalham. Gostam de estar envolvidas em vários projectos ao mesmo tempo e ter oportunidade constante de aprendizagem e formação. No entanto, também procuram o work life balance. Gostam de trabalhar com pessoas com as quais se identificam, acreditam no trabalho em equipa e não se adaptam facilmente a regras rígidas. Quando a empresa não é capaz de dar resposta a estes interesses, motivações e anseios vão procurar resposta noutra empresa.
Alguns autores referem ser uma geração caracterizada por um elevado individualismo, instabilidade e impaciência, mais orientada para a tarefa do que para as pessoas.
Duas preocupações podem então surgir aos actuais responsáveis de Recursos Humanos: como recrutar e seleccionar e, por outro lado, como reter os jovens profissionais da geração Y.
No que diz respeito ao recrutamento e selecção destes profissionais, será útil utilizar as redes sociais como fonte de recrutamento. Como se tratam de jovens com pouca experiência profissional, o processo de selecção deve focar-se nas competências e nas atitudes, através da aplicação de ferramentas como as entrevistas pessoais e as dinâmicas de grupo, mas também ferramentas mais inovadoras como provas e jogos online de inglês, raciocínio lógico, entre outras. Obviamente que o pacote a oferecer tem de ser atractivo: um salario justo, possibilidade de trabalhar com tecnologia de ponta, flexibilidade de horário, formação contínua, possibilidade de crescimento rápido, bom ambiente de trabalho, objectivos desafiantes.
Quanto à retenção destes jovens profissionais, importa pensar num programa de trainee bem estruturado, que potencie a rápida integração na empresa e que seja facilitador do encontro com os Baby Boomers e com os X que já lá trabalham.
Para quem lidera ou vai liderar estes profissionais o desafio é grande – a geração Y tem expectativas elevadas. Todas as gerações aportam experiência, conhecimento, habilidade e inovação. Cabe ao líder fazer um bom diagnóstico das suas pessoas para depois decidir como actuar com cada colaborador e dele conseguir os melhores resultados.
Na Consulting House temos uma experiência de mais de 10 anos a trabalhar o tema da Liderança. O nosso know-how e metodologias já foram implementados por mais de 15.000 gestores em Portugal, na Suíça, Alemanha, Brasil, México e Espanha.